Groenlândia: A influência do cristianismo no país que está no radar dos EUA

  • 14/01/2025
Groenlândia: A influência do cristianismo no país que está no radar dos EUA
Groenlândia: A influência do cristianismo no país que está no radar dos EUA (Foto: Reprodução)

A Groenlândia tem sido um dos principais temas do noticiário, especialmente após as declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse na próxima segunda-feira (20), sobre a intenção de comprar o território.

Os debates sobre a pretensão americana de adquirir a Groenlândia, que remonta a 1867, sob a presidência de Andrew Johnson, e foi retomado por Trump, em 2019 e no atual momento, levaram o Guiame a pesquisar mais sobre a maior ilha do mundo (fora dos continentes).

A Groenlândia, um território dinamarquês com um alto grau de autonomia, possui uma localização geograficamente privilegiada, entre o Oceano Atlântico Norte, o Canadá e a Islândia, ficando na rota mais curta entre a América do Norte e a Europa.

Raízes cristãs

A influência histórica da Dinamarca faz com que a religião dominante na Groenlândia seja o cristianismo, especificamente o Luteranismo, amplamente praticado na ilha.

Apesar de sua localização remota e clima severo, com temperaturas variando de -20°C no inverno a 8°C no verão, a Groenlândia mantém uma forte conexão com a fé cristã, especialmente o luteranismo.

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Temperaturas na Groenlândia variam de -20°C no inverno a 8°C no verão. (Foto: Unsplash/VisitGreenland)

As raízes cristãs na Groenlândia vêm da Igreja da Dinamarca, de tradição luterana, que é a principal denominação religiosa no território.

A religião desempenha um papel importante na vida sociocultural da Groenlândia, refletindo a herança deixada pelos missionários dinamarqueses que chegaram à ilha no século XVIII. A presença do cristianismo é marcante, com a maioria da população se identificando como luterana.

Missionários

O cristianismo foi introduzido na Groenlândia pelos missionários dinamarqueses durante o reinado de Frederico V da Dinamarca, em 1721.

O reverendo Hans Egede foi um dos primeiros missionários a chegar à ilha, e sua missão teve um grande impacto na população local.

Egede, um pastor luterano das Ilhas Lofoten, na Noruega, passou anos solicitando ao rei da Dinamarca e às autoridades eclesiásticas da Igreja Luterana o apoio para estabelecer uma missão evangélica entre os esquimós da Groenlândia.

Ele fundou a cidade de Nuuk (antiga Godthåb), que mais tarde se tornaria a capital da Groenlândia, e iniciou um processo de evangelização entre os povos indígenas groenlandeses, os Inuit.

O trabalho de Hans Egede e outros missionários foi fundamental para a disseminação do Cristianismo na região.

Igreja Luterana

A Igreja na Groenlândia continua a ser um pilar importante na comunidade. Atualmente, a Igreja Luterana da Groenlândia, que faz parte da Igreja da Dinamarca, é a maior denominação religiosa da ilha.

Cerca de 90% da população da Groenlândia é oficialmente afiliada à Igreja Luterana, embora o nível de prática religiosa possa variar, com muitos groenlandeses adotando uma abordagem mais cultural do cristianismo.

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Igreja protestante em Nuuk, Groenlândia. (Foto: Unsplash/Bogomil Shopov)

O luteranismo, como é praticado na Groenlândia, não se limita apenas ao culto e às celebrações litúrgicas, mas também influencia aspectos da vida comunitária e familiar.

A Igreja Luterana da Groenlândia não apenas serve como um centro espiritual, mas também desempenha um papel social importante, organizando eventos comunitários e oferecendo suporte em momentos de crise.

Festividades cristãs

A Groenlândia também é um lugar onde a fé cristã é parte integrante das festividades culturais. O Natal e a Páscoa são celebrados com grande fervor, e as tradições religiosas estão profundamente enraizadas nas festividades e nas cerimônias locais.

Além disso, as igrejas na Groenlândia servem como importantes pontos de encontro para a comunidade, especialmente em locais remotos onde as distâncias são longas e a conectividade pode ser limitada.

A questão religiosa também está profundamente ligada à identidade cultural da Groenlândia.

A fé cristã desempenhou um papel fundamental na formação da moral e dos valores da sociedade, com ênfase no amor ao próximo, na justiça social e na responsabilidade pela criação de Deus.

Esses princípios são centrais tanto nas práticas religiosas quanto nas interações diárias da população.

Interesses geopolíticos

Com dois milhões de quilômetros quadrados e uma população de 56.000 habitantes, a população da Groenlândia é composta principalmente por inuítes groenlandeses (incluindo mestiços), groenlandeses de origem dinamarquesa e outros europeus e norte-americanos.

Estima-se que os inuítes representem cerca de 85 a 90% da população total (dados de 2009). Aproximadamente 6.792 dinamarqueses vivem na ilha, o que equivale a 12% da população.

Nos últimos anos, a Groenlândia tem passado por um aumento significativo na imigração de países asiáticos, especialmente das Filipinas, Tailândia e China.

Isso torna o território especialmente relevante do ponto de vista militar e geopolítico, pois oferece uma base estratégica para monitoramento do Ártico, uma região que vem se tornando cada vez mais importante devido às mudanças climáticas e o derretimento das camadas de gelo, o que abre novas rotas de navegação e exploração de recursos.

A Dinamarca, que subsidia a Groenlândia, não quer perder prestígio ou terras. Mas os moradores locais dizem que esse subsídio vem com muita interferência mal disfarçada.

(Foto: Reprodução)
A Groenlândia é a maior ilha do mundo fora dos continentes. (Imagem: Wikimedia)

Acima de tudo, há um profundo ressentimento sobre a arrogância colonial dos dinamarqueses.

Recentemente, o rei Frederik r ajustou o brasão real para incluir um urso polar muito maior representando a Groenlândia. Os groenlandeses consideraram isso um pouco de trolagem.

Sobre a aquisição da ilha, Trump pode estar apostando em um referendo de independência que será realizado em abril.

Se os groenlandeses votarem a favor de forma persuasiva, isso pode abrir outro debate: se a ilha, com mais poder para determinar sua política externa, poderia de alguma forma se afiliar aos EUA.

FONTE: http://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/groenlandia-influencia-do-cristianismo-no-pais-que-esta-no-radar-dos-eua.html


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